Nosso próprio tempo


"A gente se distancia de uma forma inexplicável, explicável e ao mesmo tempo estranha. Chega a ser engraçado. E é sempre assim, do nada. Ou melhor, normalmente a gente se afasta quando o coração quer um pouco de paz. Um pouco de tempo. Um pouco de calma. Pra ficar um pouco mais leve e seguir em frente. Até porque, mesmo com tudo que sentimos, vira e mexe bate um cansaço não é? Não um cansaço ruim, um cansaço de nós mesmos. Acho que é essa necessidade de querer sempre por perto as vezes cansa, entende? Fico me perguntando se isso é normal ou se somos os únicos na face da terra que fazemos esse tipo de coisa. Todo relacionamento-rolo seja lá o que for que nos temos, precisar ter um pouco de saudade. Digo assim, aquela coisa bem de leve sabe? Sem paranoias. Ah qual foi, nunca fomos um casal normal. Dia desses estava em um pub com as amigas, aquele tipico happy hour que fazemos toda sexta feira para comemoramos a chegada do fim de semana, eis que surgiu o assunto "você". Elas ficam um pouco intrigadas com esse nossos distanciamentos e ficam tentando entender nossa relação. Me encheram de perguntas e eu respondia todas com a maior naturalidade. Acho que se fosse em outros tempos, se nosso relacionamento não tivesse amadurecido tanto - e nós também - eu falaria cada palavra aos prantos. Mas, estamos tão acostumamos em tirar nosso próprio tempo, confiamos tanto um no outro, isso se tornou tão normal pra nós e ao mesmo tempo tão maluco que eu já me acostumei. E quando você está longe, a saudade bate conformada aqui dentro. Elas até disseram "Quando a gente ama, não tem esse negócio de ficar longe as vezes!". Até concordo com elas. Mas, no nosso caso, já ultrapassou amor, paixão ou qualquer tipo de sentimento forte, grande. Somos intensos de certa forma. Tem respeito. Sexo. Café da manhã todo dia. Beijo na testa. Mensagens engraçadas. Surpresas. Confiança. Aquele ciumes saudável. Sorriso. Cumplicidade. Simplicidade. Tudo que um casal realmente precisa. Mas somos diferentes, nós temos o nosso cansaço. Quando te mando mensagem - e vice e versa - e você não me responde, já sei que chegou a hora do nosso próprio tempo. Eu relaxo, confesso. A gente não precisa se levar tão a sério assim. E não me preocupo com o que os outros pensam em relação a gente. As mentiras que inventam nesse meio tempo. E o que acham dessa nossa loucura. O que importa é que a gente se entende. Na cama, no beijo, no amor. No meio de tanta loucura, a gente se completa. A gente se basta. Sempre meu, sempre sua.

Você deixou uma frase na minha cabeceira uma vez que está guardada na minha agenda. E quando a gente se distancia assim releio para acalmar o coração: "A gente sempre pode se afastar. Mas nossos corações sabem exatamente para onde eles querem voltar."

Só para avisar, por aqui já bateu saudades. Chega do nosso próprio tempo. Volte assim que puder."



Beijos, Carol.

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