Sobre amores de carnaval


Joguei tudo de ruim pra cima e deixei que virasse confete para enfeitar os quatro dias do meu carnaval. Gente distribuindo sorrisos e beijos. Diversão, amores e samba no pé. Mas que época gostosa é essa. A tristeza nem chega perto, as gargalhadas são mais gostosas, felicidade era meu sobrenome e eu queria mais era curtir. A gente fica cansado com prazer, cada ano uma experiência nova. Não existe sensação melhor do que voltar para casa com a mala cheia de histórias para contar. Ai como eu amo carnaval. Sexta feira foi dada a largada e eu cai na folia. Me joguei na vida e não queria saber do amanhã. Desci a serra, fui para o litoral, encarei blocos, ouvi Lepo Lepo até não querer mais. A cada passo que dava era uma novidade. Conheci gente daqui, da minha queria Bahia, lá da gringa e até de outros carnavais. Aquela brisa de beira de praia, a alma estava leve e o coração explodindo de alegria. Até que um sorriso no meio daquela multidão me encantou. Trocamos olhares, coração disparou, sacudi a cabeça e repeti sete vezes "agora não, é carnaval." Uma amiga reparou e disse "é amor de carnaval". Nem beijo tínhamos trocado, como pode uma coisa dessas? E nunca acreditei nessas coisas, amores passageiros comigo não funcionam. Bobeira qualquer, continuei minha diversão.

Um brinde para comemorar a vida, as amizades e o carnaval. Começou tocar Jammil "...porque eu sou brasileiro, eu sou do litoral, eu sou do mundo inteiro, eu sou do carnaval." e eu estava no meio de uma rodinha, frente a frente com aquele sorriso. Coração acelerou de novo, as mão soaram, mal conseguia respirar. A ultima vez que senti isso foi quando me apaixonei perdidamente por.. Ok. Estava com saudades daquele frio na barriga, misturado com alegria e com sintomas de paixão. "Se joga" ouvi uma amiga dizer. Entre beijos e sorriso, não queria que aquele momento ali acabasse. Mas era coisa passageira, amor de carnaval, amor de praia. Deixa ser o que será. Não precisa subir a serra. Amores de carnaval passam junto com os blocos, pensei. Mas os três dias de folia foram o suficiente para nos esbarramos em todas as esquinas. Troca de telefonemas, elogios, histórias e mensagens madrugada a fora. Encontros marcados no meio de um bloco e outro, beijos e mais beijos, queria levar comigo na mala de volta para casa meu primeiro "amor de carnaval".

Como todo carnaval tem seu fim, o meu já estava prestes acabar. Que despedida chata. Mas prometi que iria até a terra do Nosso Senhor do Bom Fim para reencontra-lo. Voltei para minha querida cidade sem folego e com aquele gostinho de quero muito mais. Poderia ser carnaval de fevereiro a fevereiro. Em meio a fotos e pensamentos nostálgicos, o celular vibra, uma mensagem "Amor de praia não sobe serra. Mas de carnaval sim. Abre a porta, estou aqui pra te ver". Abro a porta, aquele sorriso de alguns dias atrás. Carnaval não é quase uma autorização para fazer o que der e vier sem pensar no depois? Pouco me importava como ele chegou até aqui e quanto tempo isso tudo iria durar. Deixa as consequências pra lá. Me joguei como sempre. Só queria viver aquele segundo, aquele agora. Amor quando é pra ser "amor", até carnaval vira palco de encontro. E se ter um amor durante o carnaval é tão bom assim, já quero o próximo.

Beijos.

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